História de Pinhal Novo

História de Pinhal Novo

Orago: S. José

População: 28.000 habitantes

Atividades Económicas: Agricultura, construção civil, serralharias, carpintarias, fábrica de módulos de cimento, panificação, vitivinicultura, transformação de mármore, comércio e serviços.

Feira: Mensal (2.º domingo de cada mês)

Festas e Romarias: Festas Populares de Pinhal Novo (1.ª quinzena de junho)

Património Cultural e Edificado: Igreja matriz, chafariz, poço, estação dos caminhos de ferro, ponte de pedra, palácio de Rio Frio e estátua de José Maria dos Santos.

Outros locais de interesse turístico: Barragem e palácio de Rio Frio e Jardim do Largo José Maria dos Santos.

Gastronomia: Sopa caramela.

Artesanato: Cestaria, pintura de azulejos, olaria, ferrador, alfaiate e trabalhos em miniaturas de madeira.

Coletividades: S.F.U.A. – Sociedade Filarmónica União Agrícola, Clube Desportivo Pinhalnovense, Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários, Rancho Folclórico da Casa do Povo, Rancho Folclórico “Os Rurais da Lagoa da Palha, Rancho Folclórico de Rio Frio, Rancho Folclórico dos Olhos de Água, União Desportiva da Palhota, Associação Académica de Pinhal Novo, Ação Teatral Artimanha, Associação Columbófila, Associação Juvenil do Centro de Ocupação Infantil, Associação de Reformados, Pensionistas e Idosos, Som do Pinhal Rádio, Clube Desportivo de Rio Frio, Clube Desportivo Da Lagoa da Palha, Clube Desportivo de Valdera, Amigos de Baco, Associação de Estudantes da Escola Secundária de Pinhal Novo, Corpo Nacional de Escutas – Agrupamento 643, Grupo de Bombos – Bardoada e Motards – Gatos Selvagens.

Desde épocas muito remotas que o Pinhal Novo é um local de passagem. Esta característica deve-se ao facto de ser ponto de passagem de diversas rotas, a Estrada dos Espanhóis, rota dos Círios da Atalaia, o caminho de ferro e, recentemente, das estradas. A estes à que acrescentar os caminhos e aceiros que percorrem a freguesia.

A história da formação da freguesia tem de buscar-se no ano de 1833, altura em que estaria fundado o Círio da Carregueira, que constitui, muito provavelmente, a mais antiga manifestação de organização em Pinhal Novo.

Em 1856 começam as obras do caminho de ferro e, no ano seguinte, teve o seu início o Círio dos Olhos de Água.

A inauguração oficial das linhas do caminho de ferro, de Barreiro a Vendas Novas e Pinhal Novo a Setúbal, dá-se a 1 de fevereiro de 1861.

Deve datar desta época o nome Pinhal Novo, o local, anteriormente era designado Lagoa da Palha. A primeira referência escrita ao nome Pinhal Novo é de 27 de março de 1959, numa notícia publicada no jornal “O Cisne do Sado”.

O primeiro ato público verdadeiramente importante para a vida da localidade acontece a 18 de julho de 1872, trata-se da doação feita por José Maria dos Santos, à população de Pinhal Novo de um terreno para a construção de uma capela e para a realização dos festejos. A doação foi assinada por parte dos moradores, por António Domingos Macau e José Nogueira de Faria.

As obras de construção da igreja haviam sido iniciadas na véspera da assinatura do documento de doação e concluíram-se em 1874, celebrando-se a primeira missa no dia 2 de fevereiro do mesmo ano.

José Maria dos Santos nasceu no dia 1 de dezembro de 1831, filho de Caetano dos Santos e Gertrudes Maria, que moravam em S. Sebastião da Pedreira.

Em junho de 1860 José Maria, que contava então 28 anos, fazia parte da Direção da Associação Central da Agricultura Portuguesa. Foi deputado às cortes aos 37 anos e em junho de 1887 assinava as contas de Gerência da Comissão Administrativa da Câmara dos Senhores Deputados juntamente com Joaquim Pedro de Oliveira Martins.

Foi o primeiro Vice-Presidente da Assistência Nacional aos Tuberculosos, tendo deixado enormes quantias de dinheiro a diversas instituições de caridade.

José Maria dos Santos foi deputado por incontáveis mandatos e Par do Reino, desempenhou inúmeros cargos e foi fundador de várias associações. Revolucionou a agricultura em Portugal e foi o responsável pela introdução no País do adubo químico.

Ao longo da sua notável carreira foram-lhe oferecidos numerosos títulos, invocando como razão a vulgaridade do seu nome, que facilmente podia ser confundido. A este argumento respondia sempre “José Maria dos Santos, filho de mestre Caetano, não há outro!”

Faleceu a 19 de junho de 1913, tendo o seu funeral contado com numerosíssima assistência. O seu testamento repartiu pelos seus sobrinhos as suas imensas propriedades que faziam dele um dos mais ricos homens do País.

As gentes do Pinhal Novo homenagearam o seu ilustre benfeitor, construindo-lhe uma estátua, que foi colocada no Largo que recebe o seu nome.

Entretanto a povoação de Pinhal Novo ia evoluindo. Sinal dessa evolução foi a fundação da, atualmente assim designada, Sociedade Filarmónica União Agrícola no ano de 1896 e, em 1910, a criação do União Futebol Clube Pinhalnovense.

Em termos demográficos a população não estava ainda muito bem fornecida de gentes, pois que em 1911 contava apenas com 263 habitantes.

Resultado do esforço dos moradores da jovem povoação foi a construção do cemitério local, corria o ano de 1925, ainda sob a administração do concelho de Setúbal.

O ano de 1928 foi testemunha de um importantíssimo acontecimento na vida de Pinhal Novo e de todos os seus moradores, pelo Decreto-Lei n.º 15 004 de 7 de fevereiro, foi criada a freguesia de Pinhal Novo.

Dez anos depois novo grande acontecimento entra na história da freguesia, a 8 de maio de 1938 tem lugar, com a devida pompa e circunstância, a inauguração da luz elétrica.

Em 1939 fica pronta a nova estação de caminho de ferro de Pinhal Novo.

O Círio Novo é criado em 1945, resultando da cisão do Círio da Carregueira. Este acontecimento é também sinal das grandes transformações que, entretanto, se foram dando na localidade e na região.

O Clube Desportivo Pinhalnovense surge em 1948, em consequência da fusão do União Futebol Clube com a Sociedade Recreativa Literária e Musical, dita Rasga-a-Manta.

Um documento fundamental para a história da evolução do povoamento da região é, ainda hoje, a comunicação apresentada pelo eminente geografo Orlando Ribeiro “As transformações do habitat e das culturas na região de Pinhal Novo (Portugal)”, ao XVI Congresso Internacional de Geografia de Lisboa, reeditado pela Junta de Freguesia, em 1998, na coleção “Origens e Destinos”.

A primeira escola primária de Pinhal Novo é inaugurada em 1950 em simultâneo com o posto da Guarda Nacional Republicana e o Mercado Agrícola, a “Praça”. Os Bombeiros Voluntários de Pinhal Novo surgem no ano de 1951.

Ao longo da evolução de Pinhal Novo o caminho de ferro foi sendo a espinha dorsal da freguesia pois, assim como divide a povoação ao meio, une também o seu passado e o seu futuro.

Refira-se que a população, inicialmente escassa, foi sofrendo acréscimos. Os “caramelos” da Beira Litoral e do Vale do Mondego, os “ratinhos” da Beira e outros vindos do Alentejo. Mas o grande surto demográfico teve lugar entre 1970 e 1975, devida à fixação de população vinda do Alentejo e do Algarve.

Após o 25 de abril de 1974, com a subsequente consolidação do poder local, Pinhal Novo conheceu importantes melhoramentos que contribuíram, efetivamente, para a melhoria das condições de vida da população pinhalnovense.

Pinhal Novo foi elevado à categoria de Vila a 11 de março de 1988.