Mensagem alusiva às comemorações do 25 de Abril de 1974

Mensagem alusiva às comemorações do 25 de Abril de 1974

Caros munícipes, estimados amigos pinhalnovenses,

Festejamos hoje os 47 anos do 25 de abril.
47 anos, tão longe e tão perto de uma data que marcou de forma indelével o Portugal que hoje somos. Às vezes parece que foi há menos tempo. Parece que ainda há pouco festejávamos, com alegria, o facto de ter recuperado a liberdade que nos tinha sido roubada durante tantos anos.

Noutras circunstâncias, hoje seria um dia bom para falarmos e convivermos entre todos, amigos e conhecidos, em cada canto da freguesia, saboreando momentos de liberdade que só com o 25 de abril de 1974 se tornaram possíveis.

Infelizmente, o país e o mundo estão a passar por um dos piores momentos da história recente, impedindo-nos de celebrar este dia e de desfrutá-lo entre amigos, de muitas e variadas maneiras. É por isso que a comemoração deste aniversário é diferente. Diferente no formato, recorrendo às redes sociais para poder chegar mais próximo de todos, diferente também porque é feita à distância, sem a possibilidade de sentir o calor que advém do convívio com os munícipes que estão sempre presentes nestas ocasiões.

Por essa razão, também, não foi possível reeditar outras ações que normalmente antecedem esta data festiva. Não faltarão, por certo, ocasiões para realizarmos essas iniciativas, mas não deixaremos de sentir a falta, este ano, do piquenique no jardim José Maria dos Santos, do Correr a Liberdade – 1974 metros ou das atividades de animação para miúdos e graúdos que, tradicionalmente, enchem o polidesportivo do jardim.

Será uma celebração de um aniversário menos calorosa, dadas as condições em que vivemos neste momento, mas nem por isso menos importante ou menos sentida.

Hoje, tal como nos anos anteriores, festejamos Abril uma vez mais. E havemos de o fazer novamente para o ano e nos próximos depois deste porque abril é do povo e é com ele que queremos relembrar o quanto é importante a liberdade.

A vossa participação, mesmo que mais limitada por força das condições sanitárias que hoje vivemos, é ainda mais significativa se nos lembrarmos das tentativas de eliminação dos direitos que 25 de abril nos trouxe e que, muitos ainda, tentam cercear ou minimizar.

Abril existe e isso é quanto basta para que continuemos a defender o que em 1974 nasceu. A esperança de um Portugal mais justo e melhor mantêm-se e por ele continuaremos a lutar apesar de, às vezes, parecer que marcamos passo e que um futuro melhor parece difícil de alcançar.

No entanto, é importante recordar que o facto de podermos festejar, cada um à sua maneira, é prova suficiente do quanto ganhámos, todos, com o 25 de abril. Antes era impensável uma celebração como esta, à distancia ou presencialmente. Hoje podemos sempre lutar para que um dia Portugal seja mais solidário, mais justo e mais amigo de todos os que dele precisam.

Recordar o que significou o 25 de 1974 é cada vez mais importante, sobretudo aos mais novos, que não darão tão grande importância a este facto, por não terem conhecido, felizmente, outros tempos em que estas liberdades não eram possíveis.

Apesar de alguns retrocessos e das muitas dificuldades que o país tem atravessado, torna-se evidente que Abril de 1974, transformou Portugal num país melhor para se viver. Um país mais moderno, mais justo e mais democrático onde, apesar de tudo, é possível viver um pouco melhor a cada dia que passa.

Mas se é verdade que se hoje Portugal é um país mais moderno e mais democrático e que voltou a defender os princípios básicos da participação popular e a pugnar pela justiça social, não é menos verdade que para tal muito contribuíram as autarquias locais

As autarquias locais e em especial as freguesias, são o que de mais próximo dos cidadãos há em termos de gestão dos recursos públicos e que, ao contrário dos governos centrais, conhecem as comunidades de onde emanam e têm a preocupação de atender às necessidades das populações e às especificidades de cada concelho, de cada freguesia e de cada lugar.

Na verdade as freguesias e os municípios, continuam a ser o pilar mais robusto, mais consistente e mais coerente do edifício político nacional, quanto mais não seja por ser aquele que mais próximo dos munícipes se encontra e mais fácil e rapidamente dá o corpo e a alma em prol da resolução dos seus problemas, dos seus anseios e das suas necessidades.

São muitas vezes as Juntas de Freguesia que se apresentam como os únicos elos de ligação entre os cidadãos e os serviços públicos. São elas que fazem de correios, de centros de saúde, de centros sociais, de pontos de encontro entre munícipes. São elas que garantem que as populações não ficam esquecidas e que lhes asseguram o contacto mínimo com os serviços públicos que competem ao estado central.

47 anos depois do 25 de abril, muito ainda falta fazer para garantir que o que nos foi prometido seja cumprido, para que o que sonhámos seja uma realidade. Mas o sonho ainda há-de ser a última coisa que nos levam. Porque o sonho e vontade das populações, quer se queira ou não, são forças imparáveis que mantêm a vontade de lutar pela liberdade, pela justiça e pela igualdade social.

E é isso que se vê em Pinhal Novo e um pouco por todo o concelho de Palmela. A vontade de partilhar e defender estes princípios que são tão caros à democracia e a cada um de nós.

Com as autarquias locais e com outras instituições e agentes associativos, sente-se em Pinhal Novo um sentimento de comunidade e de participação tão peculiar, tão forte e tão firme que faz acreditar que o que o 25 de abril nos trouxe continua a ser possível.

O Pinhal Novo de hoje é, uma freguesia onde há mais progresso, mais desenvolvimento e mais democracia e onde a solidariedade, que em muitos casos se mistura fortemente com os laços de vizinhança e de familiaridade social, se faz sentir com particular intensidade.

E é por isso que Pinhal Novo continua a atrair mais e mais gente para aqui trabalhar e viver. É por isso que dizemos, com algum orgulho, que em Pinhal Novo dá gosto viver.

É por todas estas razões que é importante continuar a comemorar Abril, desta forma simples e à distância ou de outra mais próxima e festiva. Porque Pinhal Novo é bem um exemplo do que nasceu com o 25 de Abril e com a liberdade de participação que ele nos trouxe. É igualmente por isso que comemorar Abril é também motivo para comemorar uma das suas maiores conquistas, o Poder Local Democrático.

É por tudo isto que, todos os anos, incluindo este, embora de forma diferente, fazemos questão de nos juntarmos com todos os pinhalnovenses que, como nós, não abdicam do seu direito de comemorar o Dia da Liberdade, participando à sua maneira nas comemorações do 25 de Abril, numa demonstração viva de que a comunidade ainda sente como seu o direito à participação popular, sendo esse o mais singelo e mais significativo dos ensinamentos que abril nos trouxe.

A todos os que intervieram nestas comemorações do 25 de abril, quer como parceiros da Junta de Freguesia, quer como espectadores ou participantes, o nosso agradecimento e os votos de que, para o ano cá continuaremos.

Viva o concelho de Palmela. Viva Pinhal Novo
Viva Portugal. Viva o 25 de Abril.